Alimentação escolar do DF gera renda para a agricultura familiar de São Sebastião
Foto: Ubirajara Machado/MDA |
“Aqui na roça, começo o trabalho cinco da manhã e não tenho hora
para acabar, não tem dia, não tem hora, é minha paixão, é o que eu gosto
de fazer”, afirma Rivaldo José Gonçalves, 34 anos, agricultor familiar
que produz em média 200 litros de leite por dia e vende para uma
cooperativa de São Sebastião, região administrativa do Distrito Federal.
Desde 2010, o leite produzido por Rivaldo chega aos estudantes do
DF pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), executado pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A meta de Rivaldo é dobrar a
produção. “Vou conseguir”, ele diz, com o ânimo de quem começou com uma
produção diária de 10 litros e aumentou sua produtividade para 200
litros por dia, em seis anos. “Meu rebanho atual é de 30 animais, graças
ao Pronaf. Os programas do governo, a compra pelo Pnae, remuneram
melhor os agricultores familiares”, Rivaldo explica.
O leite e o iogurte produzidos por Rivaldo chegam a escolas de São
Sebastião e de outras localidades do DF. Estudantes de escolas rurais,
da educação integral e alunos de creches do Distrito Federal consomem
diariamente produtos da agricultura familiar. Os alimentos vão para a
merenda escolar de cerca de 450 mil alunos, em aproximadamente 520 mil
refeições por dia, em 652 escolas. A lista de produtos inclui bebida
láctea de chocolate, hortaliças, arroz, leite em pó e frutas – morango,
goiaba, banana, abacaxi, entre outros.
Na primeira chamada pública para a seleção de cooperativas da
agricultura familiar a fornecer para as escolas do DF em 2013, oito
foram selecionadas para formalizar contrato de um ano e, assim,
fornecerem arroz, farinha de mandioca, macarrão, óleo de soja e tempero.
Ainda no primeiro semestre de 2013, a Secretaria de Educação do DF
pretende lançar três novas chamadas públicas destinadas à aquisição de
frutas, hortaliças e peixe da agricultura familiar. Serão comprados,
para a alimentação dos estudantes, filé de tilápia, alface, batata doce,
brócolis, cebola, couve, inhame, repolho, salsa, tomate, abacate,
goiaba, limão, manga, maracujá e morango.
Em 2012, foram comprados R$ 3,7 milhões da agricultura familiar
para a alimentação escolar no DF. Em 2013, o valor repassado pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o estado foi de R$
33 milhões. O orçamento previsto para a aquisição de produtos da
agricultura familiar é de R$ 15 milhões.
Alimentação Escolar
De acordo com a Lei da Alimentação Escolar (11.947 de 2009), no
mínimo 30% dos recursos repassados pelo FNDE, para a alimentação escolar
devem ser destinados à compra de produtos da agricultura familiar e do
empreendedor rural ou de suas organizações. Dessa forma, garante o
alimento saudável aos alunos ao mesmo tempo em que fortalece a
agricultura. O Programa de Nacional de Alimentação Escolar, do FNDE,
existe há mais de cinco décadas e incluiu, no ano de 2009, a
determinação dos 30% de aquisição da agricultura familiar.
Produção e cooperativismo
Em 2012, a Cooperativa Agropecuária de São Sebastião (COPAS), que
tem 147 agricultores familiares cooperados, vendeu R$ 865 mil para a
Secretaria de Educação do DF em produtos que foram distribuídos em 50
escolas da unidade federativa. No total, foram 319 mil litros de iogurte
e de bebida láctea de chocolate e leite.
Um dos produtores do leite vendido pela COPAS é Rivaldo José
Gonçalves, que vive em São Sebastião (região administrativa do DF) desde
1992, com a mulher e três filhos, de 11, cinco e um ano de idade. Os
dois maiores estudam no Centro de Ensino Fundamental Nova Betânia e na
Escola Classe Cachoeirinha, ambos consomem na escola produtos da
agricultura familiar do DF, pelo Programa Nacional de Alimentação
Escolar (Pnae).
Rivaldo começou a produzir em fevereiro de 2005; em abril do mesmo
ano, passou a vender para a Cooperativa Agropecuária de São Sebastião
(COPAS). Em sua chácara de 20 hectares, na área rural de São Sebastião,
cria 30 animais. Parte deles comprada com financiamento do Pronaf Mais
Alimentos, linha do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O agricultor
também aguarda resposta do banco para outro contrato pelo Pronaf, para
financiar equipamentos de ordenha e tanque de resfriamento.
“Tendo uma boa produção, tendo mercado garantido, com a Emater
(Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF), que incentiva e
dá apoio, e o Pronaf, não tem erro. Os programas do governo fixam o
homem do campo na terra”, declara Rivaldo.
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