Polícia prende Administrador Regional Antônio Jocélio
Fachada da administração regional de São Sebastião |
O administrador de São Sebastião, Antônio Jucélio Gomes Moreno, e mais
dois servidores da administração regional foram presos pela Polícia
Civil do Distrito Federal na manhã desta terça-feira (15) em uma
operação que investiga um esquema irregular de concessão de licenças de
funcionamento.
Os agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração
Pública (Decap) iniciaram a operação às 6h na administração regional.
Além de Moreno, foram presos o chefe da gerência de licenciamento de
obras, Jailson Mendes Félix, e o diretor social, Paulo Dias Souza.
A assessoria da administração disse que não tem informações sobre a
operação e que apenas a Polícia Civil se manifestaria sobre o caso.
Os policiais cumpriram quatro mandados de busca de apreensão nas casas
dos envolvidos e na sede da administração regional. De acordo com a
Polícia Civil, os suspeitos cobravam vantagens indevidas de empresas
para liberar as licenças.
A polícia citou como exemplo o caso de um circo que teve de pagar R$ 1,5
mil usados pela administração regional para consertar um caminhão
público em troca da liberação da licença de funcionamento. A nota fiscal
que comprova o o conserto do veículo, que estava há 10 meses na
oficina, foi apresentada pelos representes do circo à polícia.
Também houve casos de licenças emitidas em duplicidade, o que é
irregular. Segundo a corporação, o único caso provado é o do circo, mas
outras três denúncias estão sendo investigadas.
De acordo com a Decap, os três servidores foram presos temporariamente
porque passaram a intimidar testemunhas depois que souberam da
investigação policial.
"As testemunhas começaram a chegar à delegacia com versão previamente
ajustada, fato esse que motivou diligência na data de hoje", disse o
delegado Vicente Paranahiba. "O objetivo das prisões era fazer uma
oitiva simultânea para evitar que eles combinassem o depoimento."
O delegado disse ainda que os servidores negaram as acusações e
afirmaram que o pagamento do conserto do caminhão havia sido uma doação.
Agora eles devem ser indiciados por concussão (obtenção indevida de
vantagem no uso de função pública), que tem pena prevista de até oito
anos de prisão, e associação para o crime, que pode chegar a três anos. O
delegado afirma que espera que a prisão sirva de estímulo para que
novas vítimas se apresentem à delegacia. Os suspeitos podem ficar presos
por até cinco dias.