No DF, consumidor é o que mais falta faz
Não está fácil ser comerciante no Distrito Federal. Só no primeiro trimestre do ano, quase 300 lojas fecharam as portas diante da crise econômica. Quem quer se manter ativo ou até mesmo tenta sair da ilegalidade sofre, mas usa a criatividade para cativar fregueses. Em São Sebastião, uma ex- ambulante instalou uma placa implorando por clientes em seu novo ponto comercial. "É desespero para pagar as contas", explicou.
Teresa dos Santos, a dona Teresa, tem 54 anos. Ela tinha uma barraca onde vendia lanches em frente ao Instituto Federal de Brasília (IFB) da cidade há quatro anos. A Agência de Fiscalização a autuou pela irregularidade e ela teve de se virar em 15 dias. "Eu aluguei uma loja correndo, estou cheia de dívidas e agora preciso pagar o aluguel de R$ 1,3 mil. Foi a solução para não parar", contou.
Por isso e para chamar a atenção dos clientes, a empreendedora instalou na frente do estabelecimento uma faixa que diz "Precisa-se (sic) de clientes urgente", no último sábado. A propaganda surtiu certos resultados, e curiosos foram ver do que se tratava.
Para o reformador de sofá Herney Fernando Santos, 26 anos, a criatividade chama a atenção. "É uma forma legal de conquistar a simpatia do cliente", considera. Como comerciante, ele diz que o mercado está em baixa, mas que já vê muita gente comparecendo ao ponto de dona Teresa, apesar de seu segmento, que inclui bares, restaurantes e lanchonetes, apresentar uma retração de 1,44% em fevereiro.
São duas semanas na área comercial da Quadra 9. Alguns clientes antigos andam um pouco mais pelo tempero dela, mas Teresa diz que ainda está fazendo a clientela. "É alho, cebola, cheiro verde, açafrão e amor, porque amo o que eu faço e isso vai para a panela", diz. Hoje, conta com a ajuda do filho e do sobrinho para tocar o empreendimento.
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