São Sebastião - ar de interior

O coordenador de transportes Edvair Ribeiro dos Santos, 47 anos, chegou à região que viria a se tansformar São Sebastião em 1968, quando tinha apenas 6 anos. Ele se lembra de uma época em que não existia água encanada, luz ou telefone. Ônibus só chegou em 1977. Mesmo assim, em três horários pré-definidos e sem chance de reforço de frota. A cidade mais próxima era o Núcleo Bandeirante. E tinha gente acostumada a fazer o percurso de um ponto a outro a pé. “Cansei de ir até lá dessa maneira”, contou Edvair.
São Sebastião é um centro urbano com características peculiares. Ainda possui aspectos das pequenas cidades de interior, onde todos se conhecem e se cumprimentam pelas ruas. Mas também já conta com uma população mais urbana, que desconhece os hábitos dos homens do campo. Os bairros e nomes de ruas se revezam com as quadras e sua divisão numérica. As músicas de rap conquistaram boa parte do público jovem da cidade, embora os gostos sejam variados e exista quem prefira as modas de viola sertaneja ou os solos de guitarras do rock’n’roll.
Como a cidade se encontra no fundo de um vale, os moradores sofrem com temperaturas muito baixas ou muito altas. Cinco grandes olarias ainda resistem ao teste do tempo na região. Muitas com liminares que permitem seu funcionamento, apesar dos malefícios que trazem ao meio ambiente. A região também é rica em nascentes e possui seis mil propriedades rurais distribuídas por uma área de 48 mil hectares. A produção mais forte de São Sebastião é a de gado leiteiro. São 100 mil litros de leite produzidos diariamente. A região também é famosa pela produção de milho. Mas não deixa a dever em outros quesitos. Ali também há quem produza frutas, vegetais e hortaliças de todo tipo.
Uma cidade nova, que apresenta todos os problemas característicos de qualquer grande centro urbano, mas que também conta com uma população disposta a fazer de lá o local ideal para viver.
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