Atitude Feminina conquista Cabo Verde
Há 25 anos, quando Aninha começou a cantar na igreja, jamais imaginou
que iria dar um show em outro país. Nem mesmo aos 14, ao entrar como vocalista
de apoio em um grupo de rap formado por homens. Dois anos depois, participou da
criação do Atitude Feminina, que sempre contou apenas com integrantes mulheres.
No último dia 12, voltou de viagem: foi com a parceira de música, Hellen, a
Cabo Verde para um grande show de rap que aconteceu no início do mês. “Quando
entrei para o Atitude, não foi algo que eu planejei para a minha vida. Tudo
aconteceu como Deus quis”, diz.
Aninha é
funcionária na Secretaria de Cultura do DF, e Hellen trabalha com planos de
saúde. Mesmo com 14 anos de atividade no rap, ainda não é possível se sustentar
com a música. Mas a arte se mostrou muito gratificante para as duas. A começar
pela reação do público no show em território africano, que foi muito positiva.
“A renda lá é muito baixa, as pessoas são muito pobres. E a casa estava lotada,
isso nos surpreendeu muito. Quando entrei no palco, acho que nunca tinha visto
tanta gente. Parecia que eu estava no Rock in Rio!”, brinca. Na volta,
embarcaram na primeira classe. “Ficamos olhando uma para a outra, pensando no
que o rap nos deu”, lembra Aninha. “Foi muito bom, foi maravilhoso. Quando
chegamos a Cabo Verde e vimos o povo falando em outra língua, a gente pirou!”,
lembra, referindo-se ao crioulo cabo-verdiano, língua não oficial falada nas
ruas do país.