Empresa global busca parcerias locais para desenvolver regiões do DF .
Engana-se quem pensa que Brasília não tem mais para onde
crescer. Apesar de não poder progredir verticalmente na área central por
causa do tombamento, as regiões próximas demonstram potencial de
desenvolvimento econômico e social.
Para esse potencial prosperar, as empresas locais Gomes Figueiredo
Arquitetura Urbanismo e Consultoria e Compensar Participações se uniram à
global VOA Arquitetura e Desenvolvimento Urbano (empresa americana de
design arquitetônico mundial). A ideia é construir um complexo com
hospitais, escolas, shopping, prédios, casas, hotéis e comércio na
região da DF-140, próximo ao Jardim Botânico, condomínios do Lago Sul,
São Sebastião e Jardins Mangueiral.
Início em 2012
O projeto, que começa a ganhar contornos mais palpáveis, teve início
em 2012, em reuniões de arquitetos e empresários em Orlando, sede da
VOA. O local na DF- 140 para projetos de desenvolvimento econômico foi
aprovado pelo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), que prevê
a destinação da área, que não é mais de classificação rural, para
abrigar o novo polo de desenvolvimento, desinchando a parte sul da
cidade (mais para o lado do Gama e Taguatinga, Ceilândia e Samambaia).
Benfeitorias
Grande parte da região de mais de 2 milhões de metros quadrados é de
proprietários particulares, que, se tiverem interesse, poderão entrar
como investidores nos novos empreendimentos locais.
“É um negócio bom para todo mundo”, explica o vice-presidente da VOA
para a América Latina, o engenheiro civil Miguel Kaled. Ele afirma que a
intenção é que as ações gerem mais circulação de dinheiro para a
região, com benfeitorias para quem vive nas proximidades, que carece de
opções de lazer e entretenimento, além de serviços de qualidade.
Complexo prevê união dos esforços
O complexo vai comportar cerca de 900 mil pessoas. A projeção leva em
conta o crescimento ao longo dos próximos 20 ou 30 anos. “Vamos
prestigiar o proprietário da terra e o empresário local, além de incluir
empresas internacionais, com soluções simples e eficientes para
problemas profundos, com todo o conhecimento na área de design e
expertise no ramo”, explica Alessandro Machado, da Compensar.
A previsão do grupo é que as obras comecem nos próximos três anos.
“Eles estão vindo com a ideia, o design e a experiência, e nós vamos
trazer o parceiro local dono da terra para implantar os
empreendimentos”, destaca Karla Figueiredo, da Gomes Figueiredo
Arquitetura e Urbanismo.
Deslocamentos
“Desenvolvimento urbano quer dizer novas moradias. E, antes dessas
moradias, emprego. E escolas, supermercados, lojas, hospitais,
divertimento. Ou seja, criar outro núcleo, fora do Plano Piloto, que é
tombado e não permite crescimento vertical, como ocorre em outros
lugares”, explica Miguel Kaled. As características locais, como a alta
renda per capita, permitem, por exemplo, esses deslocamentos, segundo o
especialista.
A atual crise econômica brasileira não assusta o grupo. “Nesses
momentos, você se esforça mais para chegar a um resultado melhor. Tudo
que é imobiliário demora. Então, você tem que pensar para frente”,
complementa Kaled. Ele destaca que Brasília é alvo de estudos
científicos nos Estados Unidos por suas características peculiares de
urbanismo e sociedade.
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