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Sob protestos, GDF retoma derrubada no Capão Comprido.



O governo do Distrito Federal retomou, nesta quarta-feira (13), operação para a derrubada de 68 casas construídas em uma área pública invadida no Capão Comprido, em São Sebastião. As máquinas chegaram ao local por volta das 10h, mas o trabalho ainda não tinha começado de fato uma hora depois.

Pouco antes das 11h, policiais militares avançaram em direção aos moradores, que ocupavam área próxima à via principal e tentavam impedir o avanço das máquinas. Com spray de pimenta, a PM dispersou o grupo de manifestantes e liberou o acesso às casas alvo da operação.

A Polícia Militar afirma que enviou 145 militares ao local para "dar apoio aos fiscais da Agefis", responsáveis pela desocupação. Ao G1, a PM informou que o uso do gás "foi necessário para dispersar a multidão, porque a negociação não surtiu efeito".

Moradores ocuparam a rua principal de acesso desde as primeiras horas da manhã, com faixas e placas de protesto contra a decisão do GDF. Pneus e sofás velhos foram amontoados na lateral da rua de terra, mas o policiamento na área não identificava nenhuma tentativa de atear fogo no material até as 11h.

Na terça (12), as equipes passaram boa parte do dia no local, mas conseguiram remover apenas três residências, parcialmente. Minutos depois do encerramento da operação, moradores já tinham iniciado obras de reconstrução das paredes destruídas (veja vídeo).

A Agefis diz que São Sebastião é a região mais preocupante para o governo, por conta do avanço das invasões nos últimos anos. Não há prazo para o término da operação no local.

Moradores em protesto
Por volta das 10h30, moradores da região fizeram um cordão de isolamento na via principal, na tentativa de evitar o avanço das máquinas. Até as 10h50, o trabalho de remoção das estruturas ainda não tinha começado de fato.

egurando um cartaz de reclamação ao governo Rollemberg, a manicure Rose Silva, de 36 anos, conta que há dois meses comprou um lote em São Sebastião por R$ 27 mil. Ela diz que não sabia que a região era ilegal. A placa pedia que o GDF priorizasse ações na educação e na saúde.

"Minha casa ainda não foi derrubada. Espero que não façam nada. Tenho um marido e uma filha de dois meses para criar. O governo tem que parar de se preocupar em tirar a moradia do povo pobre e pensar em saúde e educação", disse.

'Pegos de surpresa'
A dona de casa Cíntia Ferreira de Santana, de 28 anos, se disse "indignada" com a operação e contestou a Agefis e o GDF. Segundo ela, não houve aviso sobre a ação. "A ação foi arbitrária. Ficamos surpresos. Moro aqui há dois anos e meio, gastamos nosso dinheiro nessa construção, entende? Por que o governador não vem pessoalmente conhecer nossa situação? Se for derrubar por ser ilegal, que derrube todo São Sebastião", diz.

A moradora também diz que não tem para onde ir com o marido e o filho pequeno. "Vou ter que me infiltrar na casa de alguém porque o governo simplesmente derrubou a minha casa? Isso é uma injustiça."
Derrubadas sob análise

Em dezembro de 2015, o Ministério Público se posicionou contra a regularização de ocupações ilegais no DF. Na época, a Câmara Legislativa rejeitou um projeto de decreto legislativo que tentava suspender as derrubadas promovidas pelo Executivo.

Segundo a Agefis, desde o ano passado as operações de derrubada recuperaram mais de 1 milhão de metros quadrados de área pública. O órgão afirma que a região de São Sebastião tem grande potencial de crescimento e cresce a uma taxa de quase 100% ao ano.





















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