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Jardim Botânico faz 11 anos sem comemorações


O Jardim Botânico completou 11 anos ontem. Mas os moradores não têm o que comemorar. O cenário de abandono entristece a comunidade. Carente de equipamentos públicos fundamentais, o bairro não tem administração regional própria e atuante, dizem os moradores. 

Para piorar, eles afirmam que, desde janeiro, o GDF acumula dívida de R$ 22 mil por mês para manter o aluguel do espaço onde está instalada uma administração vazia no único shopping da cidade, um prédio irregular.Eles acrescentam que são oito meses de aluguéis vencidos – débito de R$ 176 mil.

Segundo a presidente do Movimento Comunitário do Jardim Botânico, Roselene Marques, esse dinheiro, suficiente para construir quase duas sedes provisórias em lote doado pela Terracap e patrimoniado, é jogado fora. 

"Além disso, não temos administrador próprio que seja morador do bairro. Hoje quem cuida é Aldenir Paraguassú, titular do Lago Sul", afirma Roselene, ressaltando outros problemas: "A administração deveria dar exemplo, mas funciona em um prédio sem alvará e com pouquíssimos servidores, 15 no total, que apenas cuidam do protocolo. Tudo é encaminhado para o Lago Sul, nada funciona aqui".

Para ela, todos os serviços que dependem da administração não funcionam, como escolas, creches, praças, postos de saúde, delegacia, coleta de lixo, entre outros. "É revoltante, pois pagamos impostos e não temos retorno" acrescenta, lembrando que até a placa na entrada do Jardim Botânico está destruída, além de paradas de ônibus abandonadas, postes de iluminação sem lâmpada e lixo espalhado.

Segundo Roselene, em reuniões semanais com o administrador Paraguassú desde o início do ano, os moradores apresentam as demandas da comunidade. "Mas estamos cansados, pois não vemos nem um efeito. De fato, existe uma boa vontade de toda a equipe do Lago Sul, mas os resultados não aparecem”, completa.

Descaso do governo
Hoje, o Jardim Botânico é composto, em sua maioria, por grandes condomínios, o que piora o descaso do governo com a região. "Os condôminos pagam pelos serviços básicos duas vezes, já que o governo não faz a parte dele", relata a moradora aposentada e síndica do Amobb Condomínio, Ana Lourdes de Castro Miranda, 56 anos. Ela explica que os índices de criminalidade não param de crescer. Mas as ocorrências são registradas em São Sebastião.

Morador da região há 30 anos, o empresário Gilmar Araújo, 60, dono de supermercado na Estrada do Sol, diz que o local foi assaltado 33 vezes. "Os assaltantes estavam armados e colocaram a vida de todo mundo em risco. Já pensei em desistir", lamenta Gilmar.

Para a recepcionista Rosalia Santos, 47, o pior é a falta de estrutura: "As paradas estão abandonadas. Só tem lixo, bancos quebrados e mato".
Versão oficial
Procurado pelo JBr., o GDF afirmou que pelo local ter administrador interino não significa que a administração não seja atuante. "Sob a coordenação do vice-governador, várias administrações têm tido formato semelhante. No Jardim Botânico, por exemplo, estão em andamento obras de asfaltamento e via de acesso para encurtar a distância", declara o governo, por meio da assessoria.

O GDF ressaltou que não procede a informação de que faltam equipamentos públicos, assim como a de funcionamento irregular da sede do órgão. "O prédio foi alugado sem contrato pela gestão passada e está sob análise da Procuradoria do DF. O aluguel anterior era de R$ 16 mil, que não foi pago em 2015 em função da irregularidade, e a administração está sendo transferida nos próximos dias”.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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