Pela primeira vez na história, DF registra bactéria da cólera
A estação de tratamento da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), localizada na Asa Norte, está contaminada com a bactéria que transmite a doença da cólera. Por conta disso, a Vigilância Epidemiológica emitiu um alerta para os hospitais do Distrito Federal, e a Caesb reforçou a coleta em seis pontos: Asa Norte, Asa Sul, Samambaia, Melchior e dois pontos no Lago Paranoá.
É a primeira vez na história que a bactéria é encontrada no DF. Até então, todos os casos da doença registrados eram importados de outras unidades da federação. Há nove anos não se tem notícia da doença na região.
De acordo com a Secretaria de Saúde a vigilância identificou o micro-organismo por meio do programa de qualidade de água. Eles monitoram as 14 estações de tratamento de esgoto e faz testes específicos para a Vibrio cholerae, que transmite a cólera, desde 2013. Por meio de nota, a secretaria informou que, apesar de a bactéria estar presente no meio ambiente e ter sido encontrada pela primeira vez no Distrito Federal, não foi registrado um novo caso da doença.
No Brasil, a incidência de cólera atingiu o ápice em 1993, quando foram detectados 60.340 casos. A partir de 1995 reduziu-se significativamente, com ocorrências mais frenquentes nas regiões Nordeste e Norte, onde prevalecem condições socioeconômicas menos satisfatórias.
Para saber mais
Cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, causada pela enterotoxina do Vibrio cholerae. Pode se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e cãibras. Esse quadro, quando não tratado prontamente, pode evoluir para desidratação, acidose e colapso circulatório, com choque hipovolêmico e insuficiência renal. Entretanto, frequentemente, a infecção é assintomática ou oligossintomática, com diarreia leve. A acloridria gástrica agrava o quadro clínico da doença. A infecção produz aumento de anticorpos e confere imunidade por tempo limitado (em torno de 6 meses).
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