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Chamado de “menina”, garoto corta cabelo e vira exemplo na internet


Aos 4 anos, Don deu um exemplo que viralizou na internet. Em vídeo gravado por sua mãe, Iara Cordero, que é conselheira tutelar, o pequeno morador de São Sebastião conta que cortou os longos cabelos após ser chamado de “menina” na escola. O menino afirma que adorava as madeixas, se sentia triste com a atitude dos colegas e ainda que brinquedos e cores não deveriam ser divididos entre “de menino” e “de menina”.
Iara compartilhou o vídeo em sua página oficial no Facebook. No post, afirmou que as imagens foram feitas para a campanha “Homofobia. É melhor falar”. O intuito é falar sobre casos de preconceito de gênero e torná-los visíveis para a sociedade, trabalhando na superação deles. “Lá em casa, o que mais importa é a felicidade. E para você?”, indagou a conselheira tutelar.
Confira o vídeo:
Iara contou que o vídeo foi embasado em conceitos que ela e o marido trabalham em casa com o filho. “Não esperava essa repercussão, porque é uma coisa comum na nossa família. Era para ser algo natural, e não grandioso. Fiquei arrasada quando ele decidiu cortar o cabelo”, avaliou.
A gente já faz essa discussão com ele há algum tempo. Quando Don tinha o cabelo grande, chegava triste da escola em diversas ocasiões. Essa questão de ‘menino’ e ‘menina’ era tão forte que ele teve uma fase em que tinha aversão à cor rosa."

Ela revelou que o marido comprou várias camisas rosas para mostrar ao filho que não era problema um homem usar a cor. “Don teve certa dificuldade em associar o que as crianças falavam para ele e o que via em casa”, ressaltou a mãe.

Outro episódio em que os pais precisaram interferir ocorreu no aniversário de 3 anos de Don. O tema da festa foi a animação Toy Story e a criança ganhou de presente uma boneca da personagem Jessie, que é amiga do protagonista Woody no longa. No entanto, Don não queria encostar no brinquedo.
“Tive que usar o exemplo do filme para explicar a ele que não tinha essa história de ‘boneca é de menina’. Se o Andy (dono de Jessie na animação) brincava com ela, por que ele não poderia?”, concluiu Iara.

Repercussão
O vídeo da conversa entre mãe e filho gerou repercussão nas redes sociais. Até a última atualização desta matéria, ele havia registrado mais de 580 mil visualizações. Além de receber relatos de crianças que sofrem com atitudes similares, Iara foi criticada por deixar o filho brincar com um fogão de brinquedo – o que a motivou a publicar, em seguida, um desabafo sobre o machismo.
“Me digam o que há de errado na cabeça dessas pessoas, sem ser o machismo??? O que leva essas pessoas a nos criticarem ou ofenderem uma criança de 4 anos? Sério mesmo que acreditam que é obrigação somente das mulheres cozinhar ou cuidar da casa? A responsabilidade é de todos os que moram nela!!”, escreveu a conselheira tutelar.

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