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Memórias oleiras: site que resgata passado de São Sebastião é lançado


No ano em que a cidade comemora 25 anos, movimento cultural apresenta a população nesta sexta-feira (18) um acervo online com fotos, arquivos públicos e depoimentos de pioneiros

Preservar a história de São Sebastião, tijolo por tijolo, e compartilhar recordações. Esse é o objetivo do museu virtual que será lançado nesta sexta-feira (18) na cidade. O site é resultado do projeto “Memórias Oleiras”, que começou a ser desenvolvido em 2016 pelo movimento Cultural Supernova. Durante este período, foram recuperadas fotos, arquivos públicos e depoimentos de pioneiros. O acervo ficará disponível para consulta da população.
A equipe formada por pesquisadores, fotógrafos e cinegrafistas priorizou os moradores mais antigos da cidade. Alguns chegaram à região antes mesmo do nascimento de Brasília, em 1960, e trabalharam nas olarias, que forneciam materiais de construção civil para as obras da Capital Federal.

O resgate das memórias é importante para valorizar a história dos moradores mais antigos e também a identidade da cidade, como ressalta um dos idealizadores Paulo Dagomé, 52. “A análise histórica e a preservação do conhecimento e do patrimônio cultural é importante para o exercício da cidadania. É preciso que a comunidade perceba o valor e o significado das experiências e vivências compartilhadas. Cada indivíduo participa, mesmo que de forma indireta, do processo cultural e político da coletividade”.
Guardiões de memórias – Neste sentido, os agentes culturais atuam como verdadeiros guardiões das memórias e “griôs” da região. Nas comunidades africanas, recebem o nome de “griô” os mestres populares, caminhantes, poetas e contadores de histórias responsáveis por preservar e transmitir a tradição do povo a que pertencem.

Em São Sebastião, o poeta e comunicador social Edvair Ribeiro dos Santos, 55, é um dos que representa essa figura e foi quem inspirou o projeto cultural “Memórias Oleiras”. “A nossa cidade foi construída a muitas mãos. Construir e preservar a memória histórica da nossa cidade e as recordações de personagens, na maioria anônimos, e que se diluíram com o adensamento da cidade é o nosso propósito”, reforça Edvair.

História da R.A – A história de São Sebastião é muito antiga, e remonta o tempo do Brasil Colonial, quando o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva esteve na região, em 1722, e encontrou a nação indígena dos Krixá. “A busca pelo ouro resultou na formação das fazendas no Distrito Federal, como a Fazenda Santo Antônio da Papuda, hoje, parte do território da RA São Sebastião”, segundo o pesquisador e escritor Gustavo Chauvet, 55.
São Sebastião só passou a ser reconhecida como região administrativa no dia 25 de junho de 1993. O nome da cidade é uma homenagem a um dos primeiros comerciantes locais, conhecido como Tião Areia. Neste ano, a R.A vai completar 25 anos e já abriga mais de 100 mil habitantes, de acordo com a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). Mais da metade, 53,84%, são imigrantes vindos principalmente da Bahia, do Maranhão e de Minas Gerais.

FAC- Esse projeto tem o apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal. É possível acompanhar o processo de produção pelo Facebook, na página “Memórias Oleiras” (www.facebook.com/Memoriasoleiras)

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