Especialistas defendem humanização do parto para reduzir cesáreas desnecessárias
Parlamentares e especialistas defenderam nesta quarta-feira (20) o apoio ao pré-natal e a adoção de protocolo de humanização do parto como formas de combater a violência sofrida pela mulher no momento da gestação e no pós-parto. O debate, promovido pela Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher, concentrou-se na necessidade de diminuir o número de cesarianas desnecessárias realizadas no País.
“Trata-se de uma cirurgia que salva vidas quando é indicada, mas, quando há o crescimento de cesáreas desnecessárias, observamos que seus riscos são omitidos”, observou a representante do ministério na audiência, Thais Fonseca de Oliveira.
As deputadas Carmen Zanotto (PPS-SC) e Luizianne Lins (PT-CE) reforçaram a importância do pré-natal para diminuir o número de procedimentos desnecessários.
“Não é raro familiares pedirem ajuda para fazer uma cesariana, porque não querem esperar o parto normal ou por causa do medo das contrações uterinas durante o trabalho de parto. A gente não preparou a mulher para aquelas contrações, e ainda há o temor de não se usar anestesia”, disse Zanotto.
Humanização
Em levantamento feito em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, 25% das mulheres admitiram ter sofrido algum tipo de violência no parto, como o toque doloroso ou a recusa de aplicação da anestesia por profissionais de saúde. Conforme a pesquisa, 74% desses casos ocorreram na rede pública e 17% na rede privada (8% das entrevistadas admitiram ter sofrido violência em ambas as redes).
Nessa mesma linha, Hellen Cristhyan, fundadora da Casa Frida, instituição que auxilia mulheres em São Sebastião (DF), sugeriu a adoção de um protocolo para humanização do parto como forma de dar mais qualidade ao atendimento às gestantes e, sobretudo, de combater o racismo.
“No Distrito Federal, ainda é negado o suporte de doulas, bem como da equipe médica, com a justificativa de que a mulher é forte o suficiente para estar na cena do parto”, alertou.
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