No CEM 01 "colégio Centrão", teto ameaça desabar em cima de alunos
O Centro de Ensino Médio 10 de São Sebastião entrou para a lista de
escolas públicas do Distrito Federal com alas interditadas por risco à
integridade física de professores e alunos.
Pelos menos duas salas de aula foram fechadas, e os estudantes
precisaram ser acomodados em outros recintos por conta de infiltrações no teto,
que causaram a movimentações de placas. Os locais está fechados há uma semana e
não há previsão de conserto por parte da Secretaria de Educação.
De acordo com o Sindicato dos Professores local (Sinpro-DF), alunos
e docentes perceberam a movimentação das placas, e uma equipe do
governo foi chamada para avaliar a situação. Vigas de sustentação foram
instaladas para evitar a queda das placas.
“Queremos que o problema seja resolvido, porque alunos e professores
correm risco. Precisamos de um engenheiro para avaliar o local, pois ali é uma
tragédia anunciada”, afirmou o diretor do Sinpro Samuel Fernandes.
O dirigente lembrou de problemas em outras unidades. “Existem escolas
na mesma situação em Ceilândia, Taguatinga e Gama. Outras são
provisórias há 30 anos, como em Samambaia, e vamos lutar para que todas sejam
reformadas e reconstruídas”, acrescentou.
Sem prazo
Ao Metrópoles, o secretário de Educação Júlio Gregório, disse estar ciente do caso e afirmou que uma equipe de engenheiros esteve no local, durante esta semana, para avaliar as condições das duas salas.
Ao Metrópoles, o secretário de Educação Júlio Gregório, disse estar ciente do caso e afirmou que uma equipe de engenheiros esteve no local, durante esta semana, para avaliar as condições das duas salas.
“Eu recebi o relatório dizendo que a causa do problema foram árvores
obstruindo as calhas, o que causou infiltrações e prejudicou a estrutura. Na
segunda-feira (10/9), será feita uma nova avaliação. Não darei previsão
sobre quando será consertado, porque no poder público é sempre complicado dar
prazos, mas os alunos ficarão, sim, em salas improvisadas”, declarou Júlio
Gregório.
O secretário de Educação ainda criticou o Sindicato dos
Professores. Segundo Gregório, as denúncias do Sinpro parecem fazer parte
de uma campanha contra as escolas públicas do DF. “Nosso números não atingiram a meta de desempenho, mas ninguém diz que a
diferença para a educação particular diminuiu muito. Ainda precisamos
melhorar, mas eles não mostram que avançamos”, desabafou.
O chefe da pasta da educação diz contar com 10 equipes de manutenção
contratadas para fazerem os reparos nas escolas públicas do DF.
Na real
Como mostrou o Metrópoles na série Na Real, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apontou, em relatório, que 90% das escolas do DF precisam de algum tipo de reforma.
Como mostrou o Metrópoles na série Na Real, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apontou, em relatório, que 90% das escolas do DF precisam de algum tipo de reforma.
O documento revela que, dos R$ 287 milhões previstos na Lei
Orçamentária Anual (LOA) para a educação no primeiro trimestre de 2018, o GDF
empenhou apenas 6% em reparos nas unidades de ensino espalhadas pela capital do
país, índice que motivou críticas de uma das autoras do estudo, a procuradora
distrital dos Direitos do Cidadão, Maria Rosynete de Oliveira Lima.
Não foram apenas os reparos que sofreram baixos investimentos no atual
governo. Dados do Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo) apontam
que a verba aplicada na área da educação caiu 44,39% nos três
primeiros anos da atual gestão, se comparada ao mesmo período da
administração anterior.
Entre 2011 e 2013, as escolas de ensino infantil, fundamental, médio e
profissional receberam R$ 121,5 milhões. De 2015 a 2017, o montante caiu para
R$ 67,5 milhões.
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