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Em São Sebastião, Centro de Saúde 24 horas não funciona à noite

Na prática, deveria ter médico à disposição da comunidade em período integral. Mas quem chega à noite no local é encaminhado para o hospital mais próximo, no Paranoá.

Em São Sebastião, o centro de saúde é 24 horas apenas no nome. “Falaram que não tem atendimento, não tem médico. Todo dia é assim”, conta o servidor público Carlos Felipe de Oliveira, que acompanhava a mãe, a conselheira tutelar Aldenice Rodrigues.

A informação é confirmada pela recepcionista. “Não tem nenhum médico na escala de hoje. Estamos sem médicos suficientes para cobrir toda a escala do mês”, justifica a funcionária. E não falta apenas um médico. Faltam dois, já que em cada plantão entre sete horas da noite e sete horas da manhã deveria haver dois profissionais atendendo à comunidade.

“A gente orienta que não tem. A pessoa geralmente segue para a regional mais próxima, que é a do Paranoá”, acrescenta a recepcionista.

A doméstica Valcinele Martins foi ao posto com o filho chorando muito e recebeu a informação de que não havia médico. “A criança está chorando muito, tem mais de uma hora que ele chora sem parar e não tem médico. Não tem mais cedo, quanto mais essa hora. A gente passou só para ter certeza”, disse aflita.

A equipe de reportagem seguiu até o Hospital do Paranoá, onde os pacientes de São Sebastião são orientados a buscar atendimento. Lá, a equipe de reportagem encontrou a mãe de Carlos Felipe, logo depois de ser atendida. Com fortes dores nas costas há mais de um dia, ela reclama do descaso dos médicos. “Eu vim pensando que eles fossem, ao menos, me pedir um raio-X para saber o que eu teria”, fala a conselheira tutelar Aldenice Rodrigues.

Foi só a mais de 20 quilômetros da cidade onde mora é que Valcinele encontrou quem atendesse o pequeno Gabriel, de dez meses. “Ele estava chorando sem parar, eu estava desesperada. De lá para cá é muito longe, mas o que posso fazer”, lamenta.

Perante problemas tão visíveis a qualquer um e constatados na pele por quem precisa de um médico, só resta ter esperança. “Eu acredito que pode melhorar”, diz a conselheira tutelar Aldenice Rodrigues.

Acompanhe a reportagem
 
 
Disponível em: Bom dia DF

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