São Sebastião é exemplo dos problemas enfrentados pelas cidades no mundo
Brasília - A 20 quilômetros da área central de Brasília, a cidade de São Sebastião é um exemplo do crescimento urbano desordenado no Distrito Federal. De acordo com a administração local, a cidade nasceu a partir da divisão de chácaras e fazendas particulares, na segunda metade da década de 1980.
Os cerca de 100 mil habitantes que vivem hoje em São Sebastião ainda não possuem escritura das casas onde moram. “Todo mundo aqui só tem o documento da cessão de direito, dizem que vão começar a passar as escrituras, mas a administração ainda não avisou nada certo”, explica o vigilante Bernardo Macedo, morador da cidade há 19 anos.
A administração regional só foi criada em 1993, e, junto com ela, começaram a surgir os primeiros sinais de urbanização da chamada Agrovila, como era conhecida São Sebastião. Redes de água e luz foram instaladas aos poucos, de acordo com a funcionária pública Maria José Gomes, que acompanhou a divisão das primeiras fazendas que deram origem aos loteamentos. “A CEB esperou ter um número mínimo de casas para começar a instalação da luz. Água, até hoje, tem gente que usa de poço artesiano”, conta.
A ocupação original já dura cerca de 20 anos, mas a cidade continua a crescer com o surgimento de novos loteamentos, em áreas cada vez mais próximas do cerrado. A falta de sinalização e a confusão dos endereços, fixados com placas pintadas à mão nos portões de madeira, mostra como a organização do território foi improvisada.
Nesses locais, a falta de infra-estrutura urbana é mais visível. As estradas de terra e as ruas cheias de poeira deixam a paisagem cinzenta e avermelhada e obrigam os moradores a proteger os olhos e o nariz da terra que sobe quando um veículo passa.
Os problemas respiratórios estão entre as queixas mais comuns dos moradores que procuram os serviços de saúde da cidade. De acordo com o médico Roberto Cavalcante, gerente do Posto de Saúde n° 1 de São Sebastião, a falta de estrutura tem relação direta com os atendimentos realizados na unidade. “Além da poeira, faltam cuidados básicos relacionados ao uso da água, e há ausência de saneamento”, relata.
A pediatra Suzana Modesto conta que as crianças são as principais vítimas e que a cidade é a segunda em todo o DF em número de casos de diarréia infantil. “A média de atendimentos em 2007 é de mais de 50 casos por semana. Em anos anteriores, já registramos surtos de hepatite A, que também está ligada à falta de água tratada e esgoto.”
Cavalcante lembra que além da falta de infra-estrutura, o avanço da cidade sobre áreas de cerrado expõe os moradores a doenças incomuns em áreas urbanas. “A ocupação desordenada do espaço faz com que as pessoas fiquem expostas aos agentes silvestres e adoeçam”, acrescenta o médico.
O Núcleo de Vigilância Epidemiológica de São Sebastião é o setor responsável por notificar os casos de doenças relacionadas ao contato com agentes silvestres. O núcleo registra casos de hantavirose, leishmaniose e febre maculosa, doenças transmitidas ao homem por causa de assentamentos impróprios em regiões pouco urbanizadas, próximas a áreas rurais.
Os cerca de 100 mil habitantes que vivem hoje em São Sebastião ainda não possuem escritura das casas onde moram. “Todo mundo aqui só tem o documento da cessão de direito, dizem que vão começar a passar as escrituras, mas a administração ainda não avisou nada certo”, explica o vigilante Bernardo Macedo, morador da cidade há 19 anos.
A administração regional só foi criada em 1993, e, junto com ela, começaram a surgir os primeiros sinais de urbanização da chamada Agrovila, como era conhecida São Sebastião. Redes de água e luz foram instaladas aos poucos, de acordo com a funcionária pública Maria José Gomes, que acompanhou a divisão das primeiras fazendas que deram origem aos loteamentos. “A CEB esperou ter um número mínimo de casas para começar a instalação da luz. Água, até hoje, tem gente que usa de poço artesiano”, conta.
A ocupação original já dura cerca de 20 anos, mas a cidade continua a crescer com o surgimento de novos loteamentos, em áreas cada vez mais próximas do cerrado. A falta de sinalização e a confusão dos endereços, fixados com placas pintadas à mão nos portões de madeira, mostra como a organização do território foi improvisada.
Nesses locais, a falta de infra-estrutura urbana é mais visível. As estradas de terra e as ruas cheias de poeira deixam a paisagem cinzenta e avermelhada e obrigam os moradores a proteger os olhos e o nariz da terra que sobe quando um veículo passa.
Os problemas respiratórios estão entre as queixas mais comuns dos moradores que procuram os serviços de saúde da cidade. De acordo com o médico Roberto Cavalcante, gerente do Posto de Saúde n° 1 de São Sebastião, a falta de estrutura tem relação direta com os atendimentos realizados na unidade. “Além da poeira, faltam cuidados básicos relacionados ao uso da água, e há ausência de saneamento”, relata.
A pediatra Suzana Modesto conta que as crianças são as principais vítimas e que a cidade é a segunda em todo o DF em número de casos de diarréia infantil. “A média de atendimentos em 2007 é de mais de 50 casos por semana. Em anos anteriores, já registramos surtos de hepatite A, que também está ligada à falta de água tratada e esgoto.”
Cavalcante lembra que além da falta de infra-estrutura, o avanço da cidade sobre áreas de cerrado expõe os moradores a doenças incomuns em áreas urbanas. “A ocupação desordenada do espaço faz com que as pessoas fiquem expostas aos agentes silvestres e adoeçam”, acrescenta o médico.
O Núcleo de Vigilância Epidemiológica de São Sebastião é o setor responsável por notificar os casos de doenças relacionadas ao contato com agentes silvestres. O núcleo registra casos de hantavirose, leishmaniose e febre maculosa, doenças transmitidas ao homem por causa de assentamentos impróprios em regiões pouco urbanizadas, próximas a áreas rurais.
Morro da Cruz, 2010 |
Morro da Cruz, 2011 |
Nenhum comentário:
Os comentários nos artigos do blog são, sem dúvida, a principal forma de contato entre o visitante e o autor e deve ser sempre um canal aberto. Comente-o.