Em São Sebastião, as invasões estão por todas as partes
Os
invasores e grileiros não tem dado trégua as terras do Distrito Federal. Em São
Sebastião, foram tomadas por cerca de 500 famílias entre quatro a cinco
hectares de área pública – equivalente a mais de 40 mil metros quadrados –,
localizados nos bairros São Francisco e Bela Vista. De forma organizada, os
ocupantes estão demarcando o terreno com arames desde o último sábado (14),
além de levantar barracas. O Governo do Distrito Federal (GDF) já adiantou a
retirada dos invasores nos próximos dias, através da Agência de Fiscalização do
DF (Agefis) e demais órgãos responsáveis.
Segundo
o administrador substituto de São Sebastião, Jucélio Moreno, a situação tomou
medidas de grande proporção em um curto espaço de tempo. Na última terça-feira
(17), a administração encaminhou ofícios à Agefis, Secretária de Ordem Pública
(Seops), Coordenadoria de Cidades e Secretaria de Habitação (Sedhab) informando
sobre o problema. “Agora cabe aos órgãos competentes agirem”.
Enquanto
isso, a expectativa dos ocupantes é do número de invasores crescer mais a cada
dia. Eles alegam serem todos moradores de São Sebastião, vindos de comunidades
carentes e em situação de miséria. Germano Lopes é um dos moradores que falou
pelos ocupantes. Segundo ele, muitas das famílias não possuem uma renda fixa
para se manter, e não têm acesso aos programas do governo. “Há uma área de 8
mil metros prometida há anos em São Sebastião, mas entra e sai governo e não
cumprem a promessa. Agora nos manteremos aqui, por essas famílias que não têm
condição de se manter”, apontou Germano.
A
Agefis informou que a operação de retirada será executada para garantir a saída
pacifica dos ocupantes. A Seops também está monitorando a área. Os invasores
pretendem se reunir no próximo domingo (22) para organizar quais ações
adotarão. O governador Agnelo Queiroz declarou não tolerar invasões de terras
públicas, priorizando a regularização das cidades. “Vamos regularizar, mas já
avisamos que não vamos tolerar invasão de terras públicas.
Estamos
trabalhando com muita seriedade pela legalidade, para organizar esse processo
de regularização da ocupação desordenada que se arrasta há décadas aqui em
Brasília. Isso traz insegurança para os moradores e para o governo. Estamos
dando um basta nessa situação”, garantiu.
A
Sedhab esclareceu que a região administrativa de São Sebastião, assim como
muitas outras no DF, está em processo de regularização. O projeto já venceu
algumas fases: a caracterização da área, com a identificação de todas as
edificações da cidade, incluindo as residências e equipamentos públicos, bem
como a identificação das áreas de preservação ambiental e de interesse
ambiental. Cerca de 70 mil moradores da região administrativa serão
beneficiados com a regularização. É estimado pela pasta que um terço da
população do Distrito Federal vive em áreas irregulares.
Invasões
dentro da cidade
Em São Sebastião invasões de moradores nos espaços ociosos entre as quadras. O Bairro Residencial Oeste foi o local em que mais se apresentava o problema, com barracos de madeirite improvisados pelos invasores. Algumas ficando até mesmo entre casas, prédios comerciais e na praça pública.
Em São Sebastião invasões de moradores nos espaços ociosos entre as quadras. O Bairro Residencial Oeste foi o local em que mais se apresentava o problema, com barracos de madeirite improvisados pelos invasores. Algumas ficando até mesmo entre casas, prédios comerciais e na praça pública.
De
acordo com a administração da cidade, o problema foi detectado desde o ano
passado em certos pontos. Em alguns locais, a situação ocorre há cinco anos. Em
nota, a administração de São Sebastião salientou que “os dejetos oriundos
dessas casas são despejados em via pública, causando grande insatisfação por
parte dos moradores daquela quadra residencial”. Contudo, ressaltou que como a
administração não tem poder de fiscalização, autuação e notificação, qualquer
medida para evitar tal situação é de competência da Agefis.
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