Cultura e lazer: Longe de ser uma prioridade
Quase metade das cidades do DF não tem
cinema ou teatro. Parques estão desativados e quadras de esporte sem
condições de uso. Essa é a realidade do esporte e do lazer na região.
Num campo de futebol em São Sebastião, a poeira também faz o papel de
zagueiro; o sol na alivia na marcação e a grama levou cartão vermelho
faz tempo. Mesmo assim, os peladeiros seguem na disputa. É assim que a
garotada da cidade dribla as dificuldades. Eles improvisam o gol e se
espremem na areia. Pior seria ficar sem brincar.
“Se tivesse outro campinho, se tivesse uma quadra. Podia ser um
sintético ou então uma graminha. A gente queria um gol de verdade”, pede
um grupo de meninos.
Tudo isso existe bem perto de onde o time costuma se divertir. A Vila Olímpica, pronta há cinco meses, mas ainda sem uso, tem campo como gramado sintético, quadra poliesportiva, pista de atletismo e três piscinas. São 30 mil metros quadrados ao custo de R$ 7,6 milhões de reais. Das 20 Vilas Olímpicas projetadas pelo governo, só uma foi entregue até agora, em Samambaia. Três estão em obras e duas prontas, ainda esperando licitação da empresa para administrar o espaço - caso de São Sebastião. “Estamos muito ansiosos para abrir logo o campinho. A gente quer aproveita”, fala um menino.
Outros espaços do DF poderiam ser aproveitados para a prática de esporte. Mas como acontece na QNL de Taguatinga, os espaços estão abandonados, geralmente com sujeira, piso desgastado, pichado, iluminação precária e risco de acidente. “O alambrado está todo solto, corre o risco de cair em cima de uma criança, causando uma lesão que pode ser irreversível”, alerta o técnico em segurança do trabalh Fábio Nogueira Vasconcelos.Os parques seriam uma boa opção para se divertir com a família, mas dos 68 no DF, nem metade funciona.
No Parque da Cidade, por exemplo, uma das grandes atrações ficou só na lembrança. Inaugurada em 1978, a piscina com ondas era uma sensação. Em 1994 foi fechada e agora, nem de longe, parece o que já foi um dia. E não nem há previsão para solucionar o problema. A situação está tão ruim que o governo não sabe se reforma, derruba tudo para construir uma nova piscina ou se faz uma outra atividade no lugar. Uma audiência pública ainda vai ser feita para ouvir a opinião da população. Enquanto isso, o mato cresce até entre os azulejos. “Aqui não tem praia, acho que uma piscina de ondas já dava uma enganadinha. Seria ótimo! Poderia voltar, torço pra que volte”, fala a assistente administrativa Cíntia Neves Silva.
A previsão é que, este ano, o governo gaste mais de R$ 125
milhões com cultura e esporte. Ter um bom lugar pra brincar, pra jogar
não serve apenas de entretenimento ou passatempo. Sem opções, a garotada
fica presa em casa, improvisa ou fica exposta aos perigos da rua. “A importância é que nós estamos afastando as nossas crianças
dos problemas sociais. Além disso, estamos contribuindo para a formação
do caráter e da vida social dessa criança”, destaca o prefeito
comunitário da QNL, Márcio Celestino Bahia.
Das 30 cidades do DF, 18 não têm teatro nem cinema. No Recanto
das Emas, os mais próximos ficam a15 quilômetros de distância. “Eu
queria que tivesse. Pelo menos, não gastaria muito dinheiro de passagem
para ir a Taguatinga só para ver um filme”, diz o estudante Maurício de
Araújo.
Algumas comunidades cansaram de esperar. Uma ONG do Recanto das Emas pegou prédio emprestado, juntou vontade de aprender com vontade de ajudar e passou a ensinar teatro, música e dança. O único pagamento exigido é tirar boas notas. O Instituto Batucar surgiu há oito anos, a partir de uma transformação. “A percussão corporal permitiu que subíssemos de 12 alunos para 200”, conta o coordenador-geral da iniciativa, Ricardo Amorim. “Acho muito legal porque a gente aprende mais e não fica nas ruas”, garante Joyce Silva, de 9 anos. O que a comunidade espera é que o exemplo incentivo também os futuros governantes. “Os pais e todos os eleitores têm, sim, de observar todas as propostas desses candidatos que estão aí. Para os candidatos, digo que eles levem o voto e o eleitor com seriedade”, destaca o presidente do Batucar, Gilberto Gustavo Santos.
Algumas comunidades cansaram de esperar. Uma ONG do Recanto das Emas pegou prédio emprestado, juntou vontade de aprender com vontade de ajudar e passou a ensinar teatro, música e dança. O único pagamento exigido é tirar boas notas. O Instituto Batucar surgiu há oito anos, a partir de uma transformação. “A percussão corporal permitiu que subíssemos de 12 alunos para 200”, conta o coordenador-geral da iniciativa, Ricardo Amorim. “Acho muito legal porque a gente aprende mais e não fica nas ruas”, garante Joyce Silva, de 9 anos. O que a comunidade espera é que o exemplo incentivo também os futuros governantes. “Os pais e todos os eleitores têm, sim, de observar todas as propostas desses candidatos que estão aí. Para os candidatos, digo que eles levem o voto e o eleitor com seriedade”, destaca o presidente do Batucar, Gilberto Gustavo Santos.
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