Especialistas estimam extinção do Lago Paranoá em 20 anos
Criado na construção de
Brasília, em meados de 1959, com a função de aumentar a umidade relativa do ar
em épocas de seca no Distrito Federal, além de ser uma opção de lazer para o
brasiliense, o Lago Paranoá passa neste momento por um processo de degradação e
assoreamento que já compromete cerca de 15% de sua lâmina d’água e desvirtua a
sua função original.
O secretário
de Meio Ambiente e Recurso Hídricos do DF, Eduardo Brandão, alerta para a
extinção do espelho d’água em um prazo de 20 anos, caso o ritmo de assoreamento
atual seja mantido. Segundo ele, essa previsão “otimista” e é feita para chamar
a atenção para o problema. Para revertê-lo, estamos discutindo não só a
utilização, a limpeza e
o zoneamento do lago, mas também a acessibilidade da população”, explica
Brandão.
Mesmo com a
estimativa feita pelo secretário, o superintendente de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento
Básico do Distrito Federal (Adasa), Diógenes Mortari, garante que é possível
reverter o aterramento do lago. Segundo ele, é preciso colocar em prática ações
de planejamento, como a obrigatoriedade de instalação de bacias de contenção em
novas edificações, evitando o despejo de resíduos nas bacias hidrográficas do
DF. “Não vamos deixar acontecer o fim do lago, embora saibamos que todos os
lagos artificiais passam por um processo normal de assoreamento e que têm uma
vida útil. Esse problema que temos aqui pode ser controlado”, afirma superintendente
da Adasa.
Outras ações
a serem observadas envolvem medidas corretivas, como a dragagem do lago. Na
intenção de melhorar este serviço, há um estudo da Adasa para que uma empresa
de Curitiba-PR faça a retirada dos sedimentos, gratuitamente, sem que haja a
movimentação das partículas do fundo do Paranoá. “Essa operação deverá ocorrer
em outubro com um equipamento especial. Tudo para não causar dano à qualidade da
água. Neste processo, o cidadão também tem que colaborar e se policiar”,
comenta Mortari.
Nenhum comentário:
Os comentários nos artigos do blog são, sem dúvida, a principal forma de contato entre o visitante e o autor e deve ser sempre um canal aberto. Comente-o.