Erosão ameaça chácaras no Morro Azul em São Sebastião
A cratera de até quatro metros de altura tem deixado os moradores assustados. Em época de chuva a água desce com força e a enxurrada já obrigou chacareiros a se desfazerem de animais e horta.
Via Bom Dia DF
Obras do Jardim Botânico 3 afetam moradores do Vila do Boa. |
A ameaça cerca a chácara de Silvia Maria Gonçalves. Ela mora no Morro Azul, área de São Sebastião que está com uma enorme erosão. O galinheiro teve que ser transferido e as enxurradas, que descem pelo local, causam prejuízos cada vez mais. “No caso, perdemos as galinhas e as hortaliças. Quando a chuva forte cai a noite eu não durmo, pego meus filhos e vou para fora de casa com medo da água levar tudo”, conta.
Além da chácara da Silvia, outras sete propriedades do Morro do Azul estão em situação de risco. A medida que se caminha por dentro da erosão, as raízes das árvores estão expostas, dando noção de como o solo está fragilizado. Mais a frente a erosão vai ficando funda, em um ponto específico a profundidade da cratera chega a quatro metros.
O problema da erosão não começa em São Sebastião e sim em outra cidade. Na divisa com o condomínio Jardim Botânico 3, onde a obra da galeria de águas pluviais, iniciada em 2007, ainda não foi concluída e deveria ter acabado há dois anos. A água desviada passou a escorrer morro abaixo, provocando uma erosão que avança quatro quilômetros entre as chácaras de São Sebastião.
“Vai haver colapso e também transbordamento de água. Outras casas podem ser inundadas logo abaixo, pois o córrego não vai suportar esse tanto de água vindo das galerias”, indica Orlando Santa Cruz, da Defesa Civil.
A força da enxurrada que desce pela cratera é tanta que arrasta a vegetação. A administradora de São Sebastião Janine Rodrigues Barbosa disse que o problema foi identificado em 2009, mas nada foi feito. “Infelizmente, essas obras ocasionaram, para a população da cidade, uma área de risco. Além de ter causado um grande dano ambiental”, fala.
Enquanto uma solução não aparece, os moradores tentam impedir que erosão avance mais. “Um rapaz mandou encher isso aqui de terra para a água não entrar na casa dele”, fala um homem.
A administração do Jardim Botânico diz que está negociando com a Terracap a conclusão das galerias de águas pluviais. A Terracap, que vendeu os terrenos e prometeu entregar a infraestrutura do condomínio, informou que a chuva atrasou as obras.
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